Como na obra de Dias Gomes, distrito Massabielle tem um cemitério que jamais foi inaugurado
Sucupira na Paraíba? A ficção de Dias Gomes que ganhou vida no seriado o Bem-Amado, em 1973, virou realidade no desconhecido Massabielle, distrito de Esperança, no Brejo da Paraíba. O cemitério Padre Ibiapina foi construído, mas nunca inaugurado. Até hoje, nenhum enterro. Diferentemente de Sucupira, o cemitério de Massabielle é cercado de mistérios. Começou a ser construído na década de 1980, na terceira gestão de Luís Martins de Oliveira. As paredes foram levantadas, a capela, erguida, a cruz, fincada no chão e os locais da covas, demarcados. Mas ninguém inaugurou a obra.
Portão lacrado: no local, só lavoura de feijão e de milho. Foto: Juliana Santos/Esp. DB/D.A Press
O prefeito construiu o cemitério após pedido do agricultor José Vieira da Silva, chefe político do distrito. Segundo o pesquisador e memorialista Carlos Almeida, as queixas de seu ´Zé Vieira` eram constantes. Ele enviou vários documentos ao prefeito lembrando que Massabielle não era distrito perdido no tempo, já que tinha posto de saúde, telefone, transportes, energia elétrica, um sistema de abastecimento de água municipal, praças. Só faltava um lugar para os mortos descansarem em paz.
A carência sumiu com a construção. Só que nenhum morto foi sepultado. Moradores chegaram a acreditar que a primeira pessoa a ser enterrada no local seria o próprio prefeito, a exemplo de Odorico Paraguaçu, de Sucupira. Mas as covas cederam espaço às culturas de milho e feijão. O ´coveiro` conhecido na localidade como Cícero Pernambuco aproveitou a falta de defuntos para transformar o cemitério em um roçado. E, de lá, tirar o sustento da família. Ao invés de carne e osso, sementes foram jogadas no solo. ´Cícero Pernambuco plantou lavoura no cemitério`, contou o comerciante Luiz Virgínio, 74, morador antigo de Massabielle.
No ano passado, um vento forte derrubou uma das paredes do cemitério e ´sepultou de vez` a chance da inauguração. ´A comunidade espera que um dia esse cemitério seja inaugurado`, disse Luiz Virgínio. O terceiro mandato de Luís Martins ocorreu um período após a apresentação de O Bem-Amado, novela de Dias Gomes. Ficção ou realidade, a verdade é queMassabielle jamais inaugurou o cemitério.
A história do distrito começou na década de 1950. O nome alude alusão a Massabielle, localidade francesa onde Nossa Senhora de Lourdes teria aparecido a Maria Bernarda, (Santa Bernadete). Antes, o povoado era Lagoa de Caieira. O crescimento se apoiou na exploração e extração do sisal. (Severino Lopes)
Sucupira na Paraíba? A ficção de Dias Gomes que ganhou vida no seriado o Bem-Amado, em 1973, virou realidade no desconhecido Massabielle, distrito de Esperança, no Brejo da Paraíba. O cemitério Padre Ibiapina foi construído, mas nunca inaugurado. Até hoje, nenhum enterro. Diferentemente de Sucupira, o cemitério de Massabielle é cercado de mistérios. Começou a ser construído na década de 1980, na terceira gestão de Luís Martins de Oliveira. As paredes foram levantadas, a capela, erguida, a cruz, fincada no chão e os locais da covas, demarcados. Mas ninguém inaugurou a obra.
Portão lacrado: no local, só lavoura de feijão e de milho. Foto: Juliana Santos/Esp. DB/D.A Press
O prefeito construiu o cemitério após pedido do agricultor José Vieira da Silva, chefe político do distrito. Segundo o pesquisador e memorialista Carlos Almeida, as queixas de seu ´Zé Vieira` eram constantes. Ele enviou vários documentos ao prefeito lembrando que Massabielle não era distrito perdido no tempo, já que tinha posto de saúde, telefone, transportes, energia elétrica, um sistema de abastecimento de água municipal, praças. Só faltava um lugar para os mortos descansarem em paz.
A carência sumiu com a construção. Só que nenhum morto foi sepultado. Moradores chegaram a acreditar que a primeira pessoa a ser enterrada no local seria o próprio prefeito, a exemplo de Odorico Paraguaçu, de Sucupira. Mas as covas cederam espaço às culturas de milho e feijão. O ´coveiro` conhecido na localidade como Cícero Pernambuco aproveitou a falta de defuntos para transformar o cemitério em um roçado. E, de lá, tirar o sustento da família. Ao invés de carne e osso, sementes foram jogadas no solo. ´Cícero Pernambuco plantou lavoura no cemitério`, contou o comerciante Luiz Virgínio, 74, morador antigo de Massabielle.
No ano passado, um vento forte derrubou uma das paredes do cemitério e ´sepultou de vez` a chance da inauguração. ´A comunidade espera que um dia esse cemitério seja inaugurado`, disse Luiz Virgínio. O terceiro mandato de Luís Martins ocorreu um período após a apresentação de O Bem-Amado, novela de Dias Gomes. Ficção ou realidade, a verdade é queMassabielle jamais inaugurou o cemitério.
A história do distrito começou na década de 1950. O nome alude alusão a Massabielle, localidade francesa onde Nossa Senhora de Lourdes teria aparecido a Maria Bernarda, (Santa Bernadete). Antes, o povoado era Lagoa de Caieira. O crescimento se apoiou na exploração e extração do sisal. (Severino Lopes)
N.E.
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