Em
sua fala, o presidente do PSB paraibano, afirmou que o partido precisa
ser mais respeitado pelo prefeito Luciano Agra, que também ocupa cargo
na Direção Nacional da legenda.
“Vários
companheiros foram exonerados da Prefeitura sem sequer serem
comunicados. O companheiro Rubens Freire, por exemplo, soube de sua
exoneração pela sua secretária. O respeito é bom e nós queremos ser
respeitados”, enfatizou Edvaldo.
“O
processo de exoneração, que teve inicio em fevereiro, sem conversa
prévia com nenhum dos exonerados, é uma atitude de profundo desrespeito
com auxiliares históricos da sua gestão e do nosso projeto”, lamentou
Rosas em carta renúncia.
Veja abaixo a íntegra da Carta Renúncia:
João Pessoa, 25 de abril de 2012
Excelentíssimo Sr. Prefeito
Luciano Agra
Venho,
por meio desta, encaminhar meu pedido de exoneração, em caráter
irrevogável, do cargo de assessor especial que exerço junto ao Gabinete
do Prefeito, pelas razões que passo a apresentar.
Na
condição de presidente do diretório estadual do Partido Socialista
Brasileiro, não posso continuar assistindo inerte às iniciativas tomadas
por vossa excelência no que resolveu alcunhar de reforma
administrativa, esvaziando a participação do PSB no governo do Município
de João Pessoa e na mesma medida ameaçando a participação de militantes
históricos do socialismo na construção do projeto político que governa a
Paraíba e a capital dos paraibanos.
A
história da construção dessa gestão que hoje se volta contra seu
próprio partido e busca confundir sua própria militância, teve início em
2004 por um dos processos eleitorais mais inovadores que vivenciamos na
Paraíba, no qual os princípios da democracia participativa e da
republicanização catalisaram os anseios da sociedade e elegeram o
companheiro Ricardo Coutinho para Prefeito dessa cidade. Em 2008 dando
continuidade ao projeto concorremos ao processo eleitoral tendo que
tomar uma decisão importante. Manter o projeto na condução única do
partido construindo uma chapa majoritária apelidada de “puro sangue”.
Sua
escolha da condição de vice-prefeito nas eleições de 2008 contrariou
toda a regra da disputa partidária, pois naquela ocasião não se podia
lhe atribuir capital político, financeiro ou tempo de televisão, mesmo
assim foi escolhido herdeiro privilegiado para cumprir uma missão, por
ser considerado leal e de confiança.
Escolhido
para cumprir uma tarefa estratégica para o partido perdeu-se em sua
execução, não seguiu as orientações partidárias e por decorrência não
conseguiu se viabilizar como alternativa eleitoral real, o que culmina
na sua desistência a condição de pré candidato.
No
dia 04 de abril, em reunião histórica do diretório municipal do PSB, os
argumentos apresentados por vários dirigentes partidários lhe
convenceram dos equívocos da sua condução de todo o processo e o senhor,
assumiu, publicamente o compromisso de cumprir com as decisões
partidárias. Na prática, não é o que verificamos. O que é perceptível é
um processo de perseguição e intimidação daqueles que se
contrapropuseram aos seus propósitos, em debate político profundamente
democrático e de alto nível de argumentação.
Lembro
ainda que estive em várias reuniões com o senhor, acompanhado de outros
dirigentes partidários, tratando de assuntos diversos, dentre eles as
mudanças na gestão municipal e a disposição do PSB na construção do
melhor para a sua administração que é nossa também. Lamentavelmente,
nada do acordado foi cumprido.
O
processo de exoneração sem conversa prévia com nenhum dos/das
exonerados/as numa atitude de profundo desrespeito com auxiliares
históricos da sua gestão e do nosso projeto teve inicio ainda em
fevereiro. A lista é grande, significativa e reveladora
Vejamos:
Coriolano Coutinho, Secretário Geral do PSB, Ronaldo Barbosa,
Presidente Municipal do PSB, Rubens Freire, Vice-presidente Municipal do
PSB, Laura Farias, Tesoureira do PSB, e vários/as outros/as
companheiros/as que não ocupam cargo no partido e que preservo suas
identidades por conta do clima de receios e temores criado por suas
ações no ambiente da gestão municipal. Situação que está comprometendo o
nosso projeto.
Diante
do descrito, reafirmo o meu pedido. Entretanto, como dirigente
partidário, devo persistir no diálogo que possa vir a superar as
divergências e possíveis incompreensões que existam entre nós, mas
mantendo a coerência e a autonomia que se fazem necessárias nessa
conjuntura. Aguardo, sinceramente, que a construção de uma sociedade
socialista que é aquilo que nos uniu seja tratada como o bem maior de
nossas atitudes políticas.
Fidelidade partidária, lealdade e confiança.
Edvaldo Rosas – Presidente Estadual do PSB”
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