Como a indiferença religiosa criou um mundo cada vez mais hostil à fé católica.
"Vivemos numa época em que são evidentes os sinais do secularismo. Deus parece ter desaparecido do horizonte de várias pessoas ou ter-se tornado uma realidade diante da qual o homem permanece indiferente" (Bento XVI)
Bento XVI - Audiência Geral
As palavras acima pertencem ao Papa Emérito Bento XVI e foram
proferidas no ano de 2011, durante uma Audiência Geral. Apesar do
aparente pessimismo quanto à cultura moderna, o discurso do Santo Padre é
preciso e, ao mesmo tempo, preocupante. Primeiro porque reflete sobre o
avanço cada vez mais desenfreado do secularismo e do indiferentismo
religioso. Segundo porque faz alusão aos sinais dessa nova cultura que,
sob muitos aspectos, se apresenta de maneira violenta e agressiva contra
a religião cristã.
Se no passado os gritos de ordem dos opositores da Igreja eram
frequentemente recheados de bonitos apelos pela "tolerância",
"pluralidade", "respeito" e "igualdade", hoje, a ação desses grupos não
tem qualquer pudor de se valer de ofensas, injúrias e até violência
física e verbal. Uma mostra do processo de imbecilização da sociedade
que, infelizmente, parece caminhar a passos largos. Quando se coloca de
lado a reta razão e se se deixa levar pelas ideologias utópicas, cheias
de promessas de um "mundo melhor", o homem assume o risco de criar um
ainda pior que o anterior. E a História é prova disso.
No entanto, apesar do testemunho contundente do fracasso das
ideologias revolucionárias, a quantidade daqueles que se decidem pelos
modismos da época multiplica-se de uma maneira inaudita. Ao mesmo tempo,
a repressão a tudo que se refere à religiosidade, seja em termos
morais, seja culturais, tem quase status de cláusula pétrea dentro da
agenda secularista. Achou um exagero? Então leia os casos a seguir!
Bruxelas - Bélgica - um bispo católico atacado por
um grupo de mulheres seminuas protestando contra a "homofobia". (termo
cunhado para rotular de preconceituoso qualquer crítica ao
homossexualismo). A cena é chocante. Trata-se das ativistas do Femen e
do arcebispo de Mechelen-Bruxelas, Dom Andre-Joseph Leonard, em mais um
episódio grotesco da loucura feminista. Durante uma conferência de Dom
Leonard numa universidade da cidade, as senhoras desnudas invadiram o
auditório e tacaram-lhe água, enquanto gritavam e blasfemavam de maneira
histérica. Não obstante à agressão, Dom Leonard não reagiu e sequer
lhes dirigiu o olhar. Respondeu apenas com um beijo na imagem da Virgem
Santíssima.
Feministas Radicais do FEMEM invadem conferência e atacam Dom Andre-Joseph Leonard
Paris - França - uma tarde de domingo de Páscoa e
uma família reunida no Jardim Luxemburgo para comemorar a festa cristã. É
uma situação aparentemente normal. Mas havia um inconveniente, pelo
menos para a militância gay. O pai, Franck Talleu, vestia uma camisa com
a estampa de uma família tradicional. Foi o suficiente para que a
polícia o abordasse e o levasse preso por ferir os sentimentos das
minorias sexuais. Após ser liberado, Talleu se questionou ao dar uma
entrevista para o jornal francês Le Figaro: "Se um único
desenho de uma família em uma camiseta é imoral, o que dizer de um casal
na rua de mãos dadas com seus filhos? Será que vão prender, multar todo
mundo?"
Franck Talleu preso por vestir uma blusa com desenho de uma família tradicional.
Universidade do Estado de Ohio - Estados Unidos - um grupo pró-vida expõe imagens de bebês abortados quando, de repente, uma mulher decide destrui-las. "Vocês
querem uma super população na Terra? Vocês realmente querem pagar
impostos por bebês que são filhos de viciados em crack?",
questionava a jovem, enquanto quebrava todas as placas do movimento
pró-vida. Segundo o site LifeSiteNews, infelizmente, tem se tornado
comum ataques de pessoas a favor do aborto a manifestações pacíficas de
grupos em defesa da vida. No começo do mês, manifestantes que rezavam a
bíblia em frente a uma clínica abortista do Estado de Mississipi foram
abordados por um homem com duas facas. A intenção do rapaz era cortar os
banners dos pró-vida. Apesar do susto, ninguém se feriu.
E no Brasil, nem é necessário recordar os vergonhosos ataques dos
militantes gayzistas aos membros do Instituto Plínio Corrêa de Oliveira,
durante uma pacífica manifestação contra o aborto e o "casamento" gay,
em Curitiba-PR. As cenas ainda estão frescas na memória e provocam asco.
São o triste retrato de uma geração que, à imagem e semelhança da
manada de porcos do Evangelho, se atira em direção ao abismo cantando
hinos de aleluia.
Diante dessas más notícias, porém, a reação de muitos é de fraqueza e desânimo. E
aqui, há de se fazer um mea culpa, pois se as coisas chegaram neste
ponto, a responsabilidade, em grande parte, está nas costas de tantos
católicos que mantiveram um silêncio escandaloso, quando, na verdade,
deveriam ser os primeiros a se levantarem em defesa da cruz de Cristo.
Mas será possível que Santa Catarina de Sena terá que vir à Terra de
novo ensinar o povo cristão a ser homem? Para onde foi o profetismo e o
testemunho dos mártires que durante séculos exalaram o odor da
santidade com o derramamento de sangue?
Já Pio XII criticava a letargia espiritual dos católicos diante das
investidas ameaçadoras do inimigo de Cristo. O Papa os chamava de "cadáveres ambulantes".
Mas não, o cristão não é, nem pode ser um "cadáver ambulante", sua
vocação é de ser sal da terra e luz do mundo. E somente um novo
despertar da fé será capaz de modificar o rumo dessa época, que,
terrivelmente, "jaz no maligno" (Jo 5, 19). "Vitória, tu reinarás, ó cruz tu nos salvarás"!
Fonte: Equipe Christo Nihil Praeponere
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