O Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE) concedeu, na sessão de
ontem, um prazo de 30 dias para que o governo do Estado apresente
relatório com informações sobre todos os servidores contratados por
excepcional interesse público de todos os órgãos da administração direta
e indireta e os servidores sem vínculo, que recebem salário apenas por
meio do CPF, conhecidos como 'codificados', da Secretaria de Estado da
Saúde. As informações vão subsidiar uma auditoria que integra uma
inspeção especial de gestão de pessoal relativa ao exercício de 2011 do
governo do Estado.
O relator do processo, conselheiro Nominando Diniz, explicou que o
trabalho da auditoria foi iniciado no dia 15 de julho, quando as
informações foram requisitadas pela primeira vez ao Poder Executivo,
especificamente às Secretarias de Educação, Saúde e Administração. No
entanto, o prazo para apresentação dos dados terminou no dia 30 de
julho. Alegando ser elevado o número de informações solicitadas pelo
TCE, somente após o fim do prazo a secretária de Educação, Márcia
Lucena, solicitou dilatação de prazo ao tribunal. “Como o regimento não
permite, eu trouxe o caso para decisão do Pleno, que concedeu mais 30
dias para que os órgãos da administração direta e indireta entreguem
essas informações, a partir da publicação, contando 30 dias”, explicou.
O conselheiro informou que a maior parte de contratos por excepcional
interesse público foi firmada pelas Secretarias de Saúde e Educação. “E o
tribunal precisa ter conhecimento disso, afinal, trata-se de dinheiro
público. Toda e qualquer pessoa contratada está recebendo dinheiro
público, e mais, existem concursados que estão reivindicando seus
direitos e o tribunal vai ter que se posicionar sobre essas questões”,
afirmou o conselheiro. Caso não remeta as informações dentro do prazo
estabelecido, o governo do Estado e os gestores envolvidos podem ter as
contas comprometidas, segundo Nominando Diniz. “Fora outras implicações
legais no âmbito civil, penal”, acrescentou o conselheiro.
A inspeção especial de gestão de pessoal foi originada na análise das
contas de 2011 do governo do Estado, quando por unanimidade o TCE
decidiu abrir um processo específico para examinar as contratações por
excepcional interesse público e contratações da Secretaria de Saúde, que
não são divulgadas. “O tribunal não tem conhecimento dessas pessoas que
são contratadas, os denominados codificados”, disse o conselheiro
Nominando Diniz.
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