O
primeiro debate realizado com os candidatos a governador da Paraíba, na
TV Master, foi marcado por uma série de ataques a atual administração
estadual. O debate teve quatro blocos e, em três deles, os postulantes
ao Palácio da Redenção fizeram perguntas entre si. Apenas em um dos
blocos foram feitas perguntas pela população por meio das redes sociais.
O debate foi marcado por ataques entre os candidatos que tiveram que
requisitar direito de resposta várias vezes.
1º bloco
Logo no primeiro bloco o candidato Ricardo Coutinho (PSB) respondeu a
pergunta de Antônio Radical (PSTU) sobre as promessas de campanha de
2010. “Em nenhum momento eu disse que iria abrir uma maternidade em cada
município. A Paraíba foi o estado do Nordeste que mais ampliou essa
área”, respondeu Ricardo acrescentando que, na segurança reduziu o
número de homicídios. “Ao contrário de quando os policiais andavam nos
carros Santana com as portas amarradas, nós investimos em veículos e
equipamentos novos”, destacou.
Em seguida foi a vez de Cássio Cunha Lima (PSDB) responder a Ricardo
Coutinho sobre transporte escolar. “Garantimos a autonomia da UEPB,
ensino médio em todas as cidades, 57 cidades. Fizemos concursos, plano
de cargos, fazíamos convênios com os municípios R$ 14 milhões gastavámos
com parcerias permanentes para que as prefeituras se
responsabilizassem. Após denúncias, o governo federal passou a enviar
recursos, os ônibus entregues nesse governo foram com recursos do
governo federal”, falou Cássio.
Já Vital do Rêgo Filho (PMDB) respondeu a Cássio Cunha Lima sobre
segurança pública. “Vamos ter uma gestão enérgica e forte, vamos criar
um comitê gestor junto com o Ministério Público e eu pessoalmente
comandarei esse comitê. Precisamos mudar a ótica da política investindo
na policia comunitária investindo na tecnologia para uma prevenção
qualificada. A polícia precisa receber um choque de tecnologia e
inovação para resgatar a auto-estima dos policias. Vamos mudar
radicalmente a política da gestão pública oferecendo saúde e assistência
social para as famílias dos policiais. A Paraíba foi um dos estados que
menos investiu em segurança e virou terreno fértil para a
criminalidade”, ressaltou.
Depois de responder, Vitalzinho perguntou a Tárcio Teixeira (Psol)
sobre turismo. “Vital apresenta como avanço o Centro de Convenções, mas
você que anda de ônibus sabe da dificuldade que é chegar lá. O turismo
precisa ser trabalhado para que o próprio povo tenha acesso para que o
povo possa de fato ter isso. Investiremos no turismo não com política de
desmatamento e de propaganda, que não funciona”, disse.
Em seguida foi a vez de Tárcio perguntar e Major Fábio (PROS), que
falou sobre saúde. “Estamos vendo vários debates, mas essa semana uma
pessoa deixou de ser socorrida porque estava faltando maca no Trauma.
Isso acontece em outros lugares, mas não quero que aconteça na Paraíba.
Essa semana assistimos atendentes do Samu sentados na frente do Trauma
porque as macas estavam sendo utilizadas como leitos. O povo da Paraíba
está indignado. Essa história de apresentar números não é essa as
sensação do povo. As pessoas vêm do interior e passam até fome”, falou.
No final do 1º bloco Major Fábio perguntou a Antônio Radical se o
piso nacional do professores está realmente sendo pago. “O que acontece
com o piso na Paraíba é que a propaganda diz que se paga, mas não se
paga. O que acontece é uma maquiagem. Quando acabou com a gratificação
de 40% criou-se bolsa desempenho e com essa maquiagem diz que se paga o
piso. O sucateamento é impressionante para não se falar do fechamento de
311 escolas. Fechar essas escolas é fechar o futuro de centenas de
crianças e adolescentes. Trabalho numa escola que foi fechada pelo
Ministério Público. Escolas existem lá centenas de robôs que estão
lacrados porque não existe formação para trabalhar com eles”, explanou.
2º bloco
No segundo bloco foram respondidas as perguntas dos telespectadores e
Ricardo Coutinho falou sobre corrupção. “Essa é uma doença que precisa
ser erradicada no Brasil e na Paraíba. Nossa política se transformou em
um balcão de negócios onde se compra prefeitos e as coisas saem sem
resultado. Além do corrupto tem o corruptor e é preciso ampliar nossos
conselhos, dar a eles mais autonomia. Tive conselhos que me fizeram
oposição e em nenhum momento deixei que faltasse o básico”, respondeu.
Já o candidato Cássio Cunha Lima falou sobre racionamento de água.
“Além dos problemas de água, a Paraíba vive um retrocesso. O governo
atual apresenta um conjunto de obras que nasceram quando fui governador.
A adutora de Campina Grande e outras que concluímos e entregamos em
andamento. Em João Pessoa, por exemplo, resolvemos os problemas do
Valentina. Temos que olhar para todo o sistema de abastecimento que
interligará as águas do São Francisco, manter os investimentos que
fizemos no Boa Nova”, disse.
Para Vitalzinho o telespectador perguntou sobre esporte. “Queremos um
plano de secretarias sincronizadas para fazer aliança de projetos. Não
se pode falar em esporte sem integrá-lo com a educação. Hoje 51 mil
jovens não têm oportunidade de estudo e, sem isso, sem esporte, sem
cultura, eles vão para a marginalidade. Vamos criar escolas com tempo
integral onde pela manhã se estude e a tarde faça esporte e atividades
culturais”, enfatizou.
A pergunta do telespectador sobre segurança pública foi respondida
por Tárcio Teixeira. “Primeiro precisamos entender que para ter
segurança tem que ter a parte preventiva. Depois dar condições de
trabalho. Mais carro não é suficiente. Um governo que defende a
segurança precisa reabrir as delegacias e proteger nossas fronteiras
para evitar que se amplie o tráfico e as explosões de carros fortes e
bancos”, respondeu.
O tema educação perguntando pelo telespectador foi respondido por
Major Fábio. “62% do eleitorado não completaram nem o ensino
fundamental. Nesse momento estamos discutindo e tem pessoas que não
estão nos entendendo. Muitos não sabem ler e escrever e tem o analfabeto
funcional que lê e escreve, mas não entende. A gente sabe que as
empresas privadas precisam de pessoas qualificadas, precisamos erradicar
o analfabetismo, vamos visitar os municípios que não têm nem água para
beber, buscar que esse estado possa não mais se envergonhar com esses
índices”, falou.
Do telespectador também veio pergunta sobre o servidor público que
foi respondida por Antônio Radical. “Vamos garantir que o servidor volte
a ser respeitado. É preciso acabar com a farra que se faz com
prestadores de serviço. Os governantes se acham no direito de tratar a
máquina pública como o quintal da sua casa. É preciso cumprir o que se
diz no PCCR, fazer com que os servidores de carreira ocupem os postos de
direção e tenha estimulo de ir trabalhar, de sair e dizer que tem
orgulho de ser servidor”, ressaltou.
3º bloco
No 3º bloco do debate promovido pela TV Master os candidatos voltaram
a fazer perguntas entre si. E a primeira partiu de Cássio Cunha Lima
para Ricardo Coutinho, tratando também se servidores públicos. “Temos o
plano Prêmio Paraíba Unida Pela Paz. Criamos a Escola de Valor e o
Mestres da Educação. Mais de R$ 51 milhões para motivar os professores.
Criamos o prêmio produtividade do Fisco. O meu governo implantou
reajuste anuais através da data base e isso o senhor não pode tirar de
mim”, enfatizou.
Logo em seguida Ricardo Coutinho perguntou sobre saúde para Vital do
Rêgo Filho. “Sou médico e conheço. Digo que não fecharei hospitais, o
senhor (Ricardo) fechou hospitais, o senhor teima em manter a
terceirização e isso é complementar e não prioritário. Vamos formar
núcleos com a interiorização da saúde. É impossível conviver com saúde
sem ter hospital no Sertão do estado. A Granja será um hospital
infantil”, prometeu Vitalzinho.
Vital Filho seguiu com o debate perguntando a Cássio Cunha Lima sobre
sua antiga aliança com Ricardo Coutinho. “Neste ano o PSDB decidiu
lançar candidatura para divergir a presentear a população com um projeto
democrático, para o povo ter escolha. Não seria responsável antecipar a
disputa eleitoral. No momento próprio decidimos que iríamos criar uma
alternativa para o povo ter escolhas, para apresentar propostas e não
assinar embaixo de um governo que tinha essa postura. Confiamos nas
promessas solenes feitas e três anos depois as promessas não saíram do
papel”, declarou.
Antônio Radical foi perguntado por Tárcio Teixeira sobre a relação do
governo com os movimentos sociais. “Primeiro a intensa mobilização do
nosso povo por mais direitos e a intensa resposta dos nossos governantes
na criminalização dos movimentos sociais. Tentativa clara de tentar
criminalizar os movimentos. É preciso dar uma resposta a essa
criminalização. É preciso organizar e chamar esses movimentos”, disse.
Após responder, Radical perguntou sobre desmilitarização a Major
Fábio. “Temos discutido constantemente a adequação do regimento
disciplinar da Polícia Militar com a Constituição de 88. Não sei porque
nenhum governo conseguiu fazer isso. Somos a favor da desmilitarização,
mas precisamos saber que benefícios vai trazer para os policiais.
Queríamos um piso nacional, mas o governo federal não quis. Precisamos
discutir isso dentro dos quartéis, precisamos cuidar do nosso estado. O
governo não conseguiu, até hoje, dar um choque de gestão. Pode ter dado
nos aposentados que ganham 40% menos que os que estão na ativa”.
Finalizando o bloco, Major Fábio perguntou a Tárcio Teixeira sobre
segurança pública. “Esse é um tema recorrente pelo momento gritante que a
Paraíba vive, crimes contra mulheres, homofobia. Assistimos as vítimas
sendo assassinadas e as delegacias especializadas fechadas à noite, onde
muitas vezes os crimes acontecem. Essa estrutura precisa ser ampliada e
as equipes também para que se atendam essas pessoas. Campanhas de
enfrentamento ao preconceito precisam ser feitas e restabelecer o
diálogo e a democracia. Não dá para fechar delegacias”, concluiu.
4º bloco
No 4º bloco do debate da TV Master os candidatos continuaram fazendo
perguntas entre si. E iniciando o debate Vital do Rêgo Filho perguntou
sobre o Porto de Cabedelo a Ricardo Coutinho. “O PMDB não deixou nada
empenhado, quem deixou empenhado foi Lula, que era responsável pela
dragagem do Porto, que paralisou no governo Maranhão. Outro equívoco, o
Suape não compete com Cabedelo. Ele tem que ser Porto para cabotagem.
Não sei porque vocês sempre querem inviabilizar o porto. Tiramos ele de
um déficit e ele passou a ser superavitário. Hoje transportamos mais do
que o porto de Recife. Tem um outro ritmo na nossa gestão. Quero fazer
os carros da Fiat saírem de Cabedelo. Tenho postura altiva para defender
a Paraíba”, afirmou.
Seguindo o debate Ricardo Coutinho perguntou a Cássio Cunha Lima
sobre rodovias. “Fico feliz que o senhor queira conversar comigo. Receba
os médicos, converse com o agricultor. Todas as obras que ele aponta
como sendo dele, são obras planejadas através de um convênio com o CAF e
graças ao equilíbrio financeiro que deixamos. O atual governo conseguiu
fazer empréstimos, a Paraíba não foi descoberta por ele. Ele pegou tudo
de bandeja para assinar ordens de serviço. Fizemos muitas estradas e
demos continuação a duplicação da BR-230, que começou no governo de
Ronaldo. Não esquecemos da recuperação, porque não adianta novas
estradas e deixar velhas se acabando”, respondeu.
Cássio prosseguiu perguntando a Major Fábio sobre saneamento básico.
“Temos que discutir o porto, reforma de rodoviária e aeroporto, mas tem
paraibano que não tem nenhum sanitário, tem paraibano que não tem nem
água para beber. Os paraibanos lá no Sertão estão sendo servidos através
de carros-pipa. O Brasil perfurando e encontrando pré-sal e o paraibano
querendo água para beber e não tem. Vamos fazer com que nesse estado o
cidadão tenha sanitário e água para beber”, falou.
A Antônio Radical, Major Fábio perguntou sobre esporte e lazer.
“Segundo o Sagres, em 2009 se gastou R$ 24 milhões em comunicação. Em
2013 esse valor subiu para R$ 62 milhões. Estamos assistindo um governo
de placas. O viaduto do Geisel, o Trevo de Mangabeira, na maquete é
espetacular. Enquanto isso a ordem de prioridades é servir aos
banqueiros enquanto. Enquanto isso se gastou R$ 600 para atendimentos de
mulheres vítimas de violência”, enfatizou.
E Radical deu continuidade ao debate perguntando a Tárcio Teixeira
sobre gastos de campanha. “Mais de dois anos espero a resposta de um
oficio enviado ao governo do estado. É impossível não falar das
demissões em massa. E vem falar de aumento de salários. A lógica do
financiamento privado das campanhas é o que envolve escândalos como o
Jampa Digital. O debate precisa ter um foco de mudança na política,
porque quando acabar as eleições quem financiou vai cobrar”, respondeu.
Tárcio finalizou o debate de perguntas e repostas se dirigindo a
Vital do Rêgo Filho sobre educação. “A descontinuidade é resultado de
ausência de política de estado. Por força dessa arritmia de governo é
que criamos um plano de governo que vai para vários anos. O PMDB também
não concorda com a privatização. Esse governo, além de demissões
injustas continua com o empreguismo”, finalizou.
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