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“Não troco meu “Oxente” pelo “ok” de ninguém” – Ariano Suassuna

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Primeiro debate expõe cinco candidatos em discurso contrário à gestão de Ricardo


debate_okO primeiro debate realizado com os candidatos a governador da Paraíba, na TV Master, foi marcado por uma série de ataques a atual administração estadual. O debate teve quatro blocos e, em três deles, os postulantes ao Palácio da Redenção fizeram perguntas entre si. Apenas em um dos blocos foram feitas perguntas pela população por meio das redes sociais. O debate foi marcado por ataques entre os candidatos que tiveram que requisitar direito de resposta várias vezes.
1º bloco
Logo no primeiro bloco o candidato Ricardo Coutinho (PSB) respondeu a pergunta de Antônio Radical (PSTU) sobre as promessas de campanha de 2010. “Em nenhum momento eu disse que iria abrir uma maternidade em cada município. A Paraíba foi o estado do Nordeste que mais ampliou essa área”, respondeu Ricardo acrescentando que, na segurança reduziu o número de homicídios. “Ao contrário de quando os policiais andavam nos carros Santana com as portas amarradas, nós investimos em veículos e equipamentos novos”, destacou.
Em seguida foi a vez de Cássio Cunha Lima (PSDB) responder a Ricardo Coutinho sobre transporte escolar. “Garantimos a autonomia da UEPB, ensino médio em todas as cidades, 57 cidades. Fizemos concursos, plano de cargos, fazíamos convênios com os municípios R$ 14 milhões gastavámos com parcerias permanentes para que as prefeituras se responsabilizassem. Após denúncias, o governo federal passou a enviar recursos, os ônibus entregues nesse governo foram com recursos do governo federal”, falou Cássio.
Já Vital do Rêgo Filho (PMDB) respondeu a Cássio Cunha Lima sobre segurança pública. “Vamos ter uma gestão enérgica e forte, vamos criar um comitê gestor junto com o Ministério Público e eu pessoalmente comandarei esse comitê. Precisamos mudar a ótica da política investindo na policia comunitária investindo na tecnologia para uma prevenção qualificada. A polícia precisa receber um choque de tecnologia e inovação para resgatar a auto-estima dos policias. Vamos mudar radicalmente a política da gestão pública oferecendo saúde e assistência social para as famílias dos policiais. A Paraíba foi um dos estados que menos investiu em segurança e virou terreno fértil para a criminalidade”, ressaltou.
Depois de responder, Vitalzinho perguntou a Tárcio Teixeira (Psol) sobre turismo. “Vital apresenta como avanço o Centro de Convenções, mas você que anda de ônibus sabe da dificuldade que é chegar lá. O turismo precisa ser trabalhado para que o próprio povo tenha acesso para que o povo possa de fato ter isso. Investiremos no turismo não com política de desmatamento e de propaganda, que não funciona”, disse.
Em seguida foi a vez de Tárcio perguntar e Major Fábio (PROS), que falou sobre saúde. “Estamos vendo vários debates, mas essa semana uma pessoa deixou de ser socorrida porque estava faltando maca no Trauma. Isso acontece em outros lugares, mas não quero que aconteça na Paraíba. Essa semana assistimos atendentes do Samu sentados na frente do Trauma porque as macas estavam sendo utilizadas como leitos. O povo da Paraíba está indignado. Essa história de apresentar números não é essa as sensação do povo. As pessoas vêm do interior e passam até fome”, falou.
No final do 1º bloco Major Fábio perguntou a Antônio Radical se o piso nacional do professores está realmente sendo pago. “O que acontece com o piso na Paraíba é que a propaganda diz que se paga, mas não se paga. O que acontece é uma maquiagem. Quando acabou com a gratificação de 40% criou-se bolsa desempenho e com essa maquiagem diz que se paga o piso. O sucateamento é impressionante para não se falar do fechamento de 311 escolas. Fechar essas escolas é fechar o futuro de centenas de crianças e adolescentes. Trabalho numa escola que foi fechada pelo Ministério Público. Escolas existem lá centenas de robôs que estão lacrados porque não existe formação para trabalhar com eles”, explanou.
2º bloco
No segundo bloco foram respondidas as perguntas dos telespectadores e Ricardo Coutinho falou sobre corrupção. “Essa é uma doença que precisa ser erradicada no Brasil e na Paraíba. Nossa política se transformou em um balcão de negócios onde se compra prefeitos e as coisas saem sem resultado. Além do corrupto tem o corruptor e é preciso ampliar nossos conselhos, dar a eles mais autonomia. Tive conselhos que me fizeram oposição e em nenhum momento deixei que faltasse o básico”, respondeu.
Já o candidato Cássio Cunha Lima falou sobre racionamento de água. “Além dos problemas de água, a Paraíba vive um retrocesso. O governo atual apresenta um conjunto de obras que nasceram quando fui governador. A adutora de Campina Grande e outras que concluímos e entregamos em andamento. Em João Pessoa, por exemplo, resolvemos os problemas do Valentina. Temos que olhar para todo o sistema de abastecimento que interligará as águas do São Francisco, manter os investimentos que fizemos no Boa Nova”, disse.
Para Vitalzinho o telespectador perguntou sobre esporte. “Queremos um plano de secretarias sincronizadas para fazer aliança de projetos. Não se pode falar em esporte sem integrá-lo com a educação. Hoje 51 mil jovens não têm oportunidade de estudo e, sem isso, sem esporte, sem cultura, eles vão para a marginalidade. Vamos criar escolas com tempo integral onde pela manhã se estude e a tarde faça esporte e atividades culturais”, enfatizou.
A pergunta do telespectador sobre segurança pública foi respondida por Tárcio Teixeira. “Primeiro precisamos entender que para ter segurança tem que ter a parte preventiva. Depois dar condições de trabalho. Mais carro não é suficiente. Um governo que defende a segurança precisa reabrir as delegacias e proteger nossas fronteiras para evitar que se amplie o tráfico e as explosões de carros fortes e bancos”, respondeu.
O tema educação perguntando pelo telespectador foi respondido por Major Fábio. “62% do eleitorado não completaram nem o ensino fundamental. Nesse momento estamos discutindo e tem pessoas que não estão nos entendendo. Muitos não sabem ler e escrever e tem o analfabeto funcional que lê e escreve, mas não entende. A gente sabe que as empresas privadas precisam de pessoas qualificadas, precisamos erradicar o analfabetismo, vamos visitar os municípios que não têm nem água para beber, buscar que esse estado possa não mais se envergonhar com esses índices”, falou.
Do telespectador também veio pergunta sobre o servidor público que foi respondida por Antônio Radical. “Vamos garantir que o servidor volte a ser respeitado. É preciso acabar com a farra que se faz com prestadores de serviço. Os governantes se acham no direito de tratar a máquina pública como o quintal da sua casa. É preciso cumprir o que se diz no PCCR, fazer com que os servidores de carreira ocupem os postos de direção e tenha estimulo de ir trabalhar, de sair e dizer que tem orgulho de ser servidor”, ressaltou.
3º bloco
No 3º bloco do debate promovido pela TV Master os candidatos voltaram a fazer perguntas entre si. E a primeira partiu de Cássio Cunha Lima para Ricardo Coutinho, tratando também se servidores públicos. “Temos o plano Prêmio Paraíba Unida Pela Paz. Criamos a Escola de Valor e o Mestres da Educação. Mais de R$ 51 milhões para motivar os professores. Criamos o prêmio produtividade do Fisco. O meu governo implantou reajuste anuais através da data base e isso o senhor não pode tirar de mim”, enfatizou.
Logo em seguida Ricardo Coutinho perguntou sobre saúde para Vital do Rêgo Filho. “Sou médico e conheço. Digo que não fecharei hospitais, o senhor (Ricardo) fechou hospitais, o senhor teima em manter a terceirização e isso é complementar e não prioritário. Vamos formar núcleos com a interiorização da saúde. É impossível conviver com saúde sem ter hospital no Sertão do estado. A Granja será um hospital infantil”, prometeu Vitalzinho.
Vital Filho seguiu com o debate perguntando a Cássio Cunha Lima sobre sua antiga aliança com Ricardo Coutinho. “Neste ano o PSDB decidiu lançar candidatura para divergir a presentear a população com um projeto democrático, para o povo ter escolha. Não seria responsável antecipar a disputa eleitoral. No momento próprio decidimos que iríamos criar uma alternativa para o povo ter escolhas, para apresentar propostas e não assinar embaixo de um governo que tinha essa postura. Confiamos nas promessas solenes feitas e três anos depois as promessas não saíram do papel”, declarou.
Antônio Radical foi perguntado por Tárcio Teixeira sobre a relação do governo com os movimentos sociais. “Primeiro a intensa mobilização do nosso povo por mais direitos e a intensa resposta dos nossos governantes na criminalização dos movimentos sociais. Tentativa clara de tentar criminalizar os movimentos. É preciso dar uma resposta a essa criminalização. É preciso organizar e chamar esses movimentos”, disse.
Após responder, Radical perguntou sobre desmilitarização a Major Fábio. “Temos discutido constantemente a adequação do regimento disciplinar da Polícia Militar com a Constituição de 88. Não sei porque nenhum governo conseguiu fazer isso. Somos a favor da desmilitarização, mas precisamos saber que benefícios vai trazer para os policiais. Queríamos um piso nacional, mas o governo federal não quis. Precisamos discutir isso dentro dos quartéis, precisamos cuidar do nosso estado. O governo não conseguiu, até hoje, dar um choque de gestão. Pode ter dado nos aposentados que ganham 40% menos que os que estão na ativa”.
Finalizando o bloco, Major Fábio perguntou a Tárcio Teixeira sobre segurança pública. “Esse é um tema recorrente pelo momento gritante que a Paraíba vive, crimes contra mulheres, homofobia. Assistimos as vítimas sendo assassinadas e as delegacias especializadas fechadas à noite, onde muitas vezes os crimes acontecem. Essa estrutura precisa ser ampliada e as equipes também para que se atendam essas pessoas. Campanhas de enfrentamento ao preconceito precisam ser feitas e restabelecer o diálogo e a democracia. Não dá para fechar delegacias”, concluiu.
4º bloco
No 4º bloco do debate da TV Master os candidatos continuaram fazendo perguntas entre si. E iniciando o debate Vital do Rêgo Filho perguntou sobre o Porto de Cabedelo a Ricardo Coutinho. “O PMDB não deixou nada empenhado, quem deixou empenhado foi Lula, que era responsável pela dragagem do Porto, que paralisou no governo Maranhão. Outro equívoco, o Suape não compete com Cabedelo. Ele tem que ser Porto para cabotagem. Não sei porque vocês sempre querem inviabilizar o porto. Tiramos ele de um déficit e ele passou a ser superavitário. Hoje transportamos mais do que o porto de Recife. Tem um outro ritmo na nossa gestão. Quero fazer os carros da Fiat saírem de Cabedelo. Tenho postura altiva para defender a Paraíba”, afirmou.
Seguindo o debate Ricardo Coutinho perguntou a Cássio Cunha Lima sobre rodovias. “Fico feliz que o senhor queira conversar comigo. Receba os médicos, converse com o agricultor. Todas as obras que ele aponta como sendo dele, são obras planejadas através de um convênio com o CAF e graças ao equilíbrio financeiro que deixamos. O atual governo conseguiu fazer empréstimos, a Paraíba não foi descoberta por ele. Ele pegou tudo de bandeja para assinar ordens de serviço. Fizemos muitas estradas e demos continuação a duplicação da BR-230, que começou no governo de Ronaldo. Não esquecemos da recuperação, porque não adianta novas estradas e deixar velhas se acabando”, respondeu.
Cássio prosseguiu perguntando a Major Fábio sobre saneamento básico. “Temos que discutir o porto, reforma de rodoviária e aeroporto, mas tem paraibano que não tem nenhum sanitário, tem paraibano que não tem nem água para beber. Os paraibanos lá no Sertão estão sendo servidos através de carros-pipa. O Brasil perfurando e encontrando pré-sal e o paraibano querendo água para beber e não tem. Vamos fazer com que nesse estado o cidadão tenha sanitário e água para beber”, falou.
A Antônio Radical, Major Fábio perguntou sobre esporte e lazer. “Segundo o Sagres, em 2009 se gastou R$ 24 milhões em comunicação. Em 2013 esse valor subiu para R$ 62 milhões. Estamos assistindo um governo de placas. O viaduto do Geisel, o Trevo de Mangabeira, na maquete é espetacular. Enquanto isso a ordem de prioridades é servir aos banqueiros enquanto. Enquanto isso se gastou R$ 600 para atendimentos de mulheres vítimas de violência”, enfatizou.
E Radical deu continuidade ao debate perguntando a Tárcio Teixeira sobre gastos de campanha. “Mais de dois anos espero a resposta de um oficio enviado ao governo do estado. É impossível não falar das demissões em massa. E vem falar de aumento de salários. A lógica do financiamento privado das campanhas é o que envolve escândalos como o Jampa Digital. O debate precisa ter um foco de mudança na política, porque quando acabar as eleições quem financiou vai cobrar”, respondeu.
Tárcio finalizou o debate de perguntas e repostas se dirigindo a Vital do Rêgo Filho sobre educação. “A descontinuidade é resultado de ausência de política de estado. Por força dessa arritmia de governo é que criamos um plano de governo que vai para vários anos. O PMDB também não concorda com a privatização. Esse governo, além de demissões injustas continua com o empreguismo”, finalizou.

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