Os municípios de todo o
país tem até o próximo sábado para se adequarem à Lei Federal 12.305/10,
que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e
estabeleceu o fim definitivo dos antigos lixões.
Na Paraíba, a grande
maioria das cidades não vai conseguiu obedecer o prazo por falta de
recursos financeiros, segundo a Federação das Associações de Municípios
da Paraíba (Famup).
João Pessoa já se
adequou com a implantação da Unidade de Gerenciamento Integrado de
Resíduos Sólidos Urbanos, conhecidos como aterro sanitário, mas ainda é
comum ver material descartado em terrenos.
A PNSS tem como objetivo
garantir o destino correto ao lixo produzido pelas cidades, promovendo
um meio ambiente sustentável, equilibrado e saudável a todas as
gerações. Mas essa prática parece não ser tão simples de ser cumprida,
pois mesmo nos locais onde já há o descarte adequado de resíduos
sólidos, a exemplo João Pessoa, é comum ver lixo jogado em terrenos
baldios, como no Jardim Esther, no bairro de Mancadaru.
O técnico em restauração
João ferreira, 45 anos, que mora no local, sofre corriqueiramente com o
acúmulo de lixo em frente à casa onde reside. “O carro do lixo passa
sem falta três vezes por semana, mas a falta de educação das pessoas é
grande e faz com que descartem o lixo na rua. E isso tem gerado grande
constrangimento para mim e minha família, pois todos sabemos que onde há
lixo, há pragas urbanas, como baratas e ratos.
Infelizmente, a população precisa fazer sua parte e colocar o lixo para fora de casa nos dias de coleta”, declarou.
O fim dos lixões e a
implantação de aterro sanitário é o primeiro e mais discutido ponto da
PNRS, mas a lei também prevê o Plano de Gestão Integrada de Resíduos
Sólidos (PGIRS), cuja data limite de apresentação por parte das
prefeituras se venceu desde 2012. Em matéria publicada no JORNAL DA
PARAÍBA no dia 4 de agosto do ano passado, o promotor do Meio Ambiente,
José Farias de Souza, disse que dos 223 municípios paraibanos, apenas 24
deles estavam fazendo o PGIRS. Os demais não podiam mais ter acesso aos
recursos disponibilizados pelo governo federal para investir na área,
onde os gestores omissos podem responder por responsabilização civil de
improbidade administrativa e ainda por crimes de responsabilidade.
O presidente da
Federação das Associações de Municípios da Paraíba (Famup), José Antônio
Vasconcelos da Costa (Tota Guedes), não soube informar quantas cidades
do Estado ainda não se adequaram à PNRS, mas apontou a falta de recursos
como o principal motivo para descumprir a lei no prazo estabelecido. “O
governo federal cria as leis, mas não procura saber se os municípios
têm recurso para cumpri-las. Para muitos municípios, não apenas
paraibanos, falta dinheiro para implantar a PNRS”, afirmou.
Tota Guedes disse que há
cerca de 45 dias participou de uma reunião em Brasília com os ministros
da Casa Civil, da Economia, Fazenda e Planejamento, e de Relações
Políticas onde foi sinalizada uma prorrogação do prazo de adequação. “Os
municípios estão tentando se adequar, mas está difícil. E essa é uma
realidade em todo o país, por isso, os ministros tiveram a consciência
de que muitas cidades não conseguiram implementar o que estabelece a
lei, e indicaram que haverá uma prorrogação do prazo, que apesar de
ainda não ter data definida, será no final de 2015”, adiantou.
O QUE DIZ A APAM
Para o vice-presidente
da Associação Paraibana do Meio Ambiente (Apam), Antônio Augusto de
Almeida, as prefeituras, na grande maioria, estão despreparadas para
enfrentar situações de adequações em prol do meio ambiente, a exemplo da
PNRS. “Sem o preparo, acabam cometendo danos ambientais, fazendo o
descarte do lixo de forma incorreta.
Só as maiores cidades,
com mais 30 mil habitantes, possuem algum quadro técnico com
qualificação para atuar nessas áreas e com isso as demais deixam a
desejar. Para se ter uma ideia, apenas João Pessoa possui uma secretaria
de Meio Ambiente, Campina Grande apenas uma coordenadoria, as demais
cidades estão totalmente alheias à questão ambiental e isso é
lamentável”, declarou Antônio Augusto de Almeida.
Fonte: Jaine Alves
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