Depois da Polícia Federal e da CGU, agora foi a vez do Ministério
Público Federal identificar graves irregularidades no programa Jampa
Digital, confirmando superfaturamento e desvio de dinheiro para a
campanha do então candidato Ricardo Coutinho. Segundo o procurador
regional da República Domingos Sávio Tenório de Amorim, são claros os
sinais de ilícito.
“Como se percebe, há uma ligação íntima entre a empresa Ideia
Digital, a fantasma Brickell, a Mkpol, Duda Mendonça e Ricardo
Coutinho/Rômulo Gouveia, que fatalmente decorre do direcionamento dos
recursos desviados do Projeto Jampa Digital em prol das candidaturas dos
mesmos ao Governo da Paraíba”, explicita o procurador da 5ª Região
(Recife).
Em petição (nº 11934/2013) assinada na última quinta, o procurador
cita: “Como se percebe dos autos, o Sr. Ricardo Coutinho era o Prefeito
Municipal da época, do mesmo modo como terminou como o grande
beneficiário da maior parte dos recursos desviados, utilizados que foram
na sua vitoriosa campanha ao cargo de Governador do Estado da Paraíba.”
Adiante, insiste: “A quantia remetida pela Brickell de R$ 104.781,00
(cento e quatro mil, setecentos e oitenta e um reais), foi destinada
para várias outras contas, ou seja, recursos vindos da empresa fantasma
(Brickell e Rigusa), em verdade, foram destinados ao pagamento dos
empregados de empresa que participou da campanha política do Governador
Ricardo Coutinho.”
O procurador destaca ainda que o ex-secretário Gilberto Carneiro, um
dos 23 indiciados pela PF, não agiu por conta própria: “Dificilmente um
Secretário Municipal tomaria a decisão de desviar um quantitativo de
recursos no valor daquele ocorrido no caso concreto, para fins de
campanha eleitoral, sem o sinal verde daquele que o nomeou, pois é o que
comumente ocorre.”
E arremata: “Reforça a grande possibilidade da participação do
Prefeito Municipal, hoje Governador, no caso, o fato de que o atual
Vice-Governador, Rômulo Gouveia, negou qualquer ingerência sua na
contratação do publicitário Duda Mendonça, o que significa dizer que foi
uma decisão de Ricardo Coutinho.” Informação, inclusive, confirmada
pelo vice-prefeito Nonato Bandeira.
O procurador da República requereu, por fim, que os autos do processo
sejam encaminhados ao Supremo Tribunal Federal, para aprofundar as
diligências quanto à participação do governador RC e do ministro
Aguinaldo Ribeiro. A remessa ao Supremo se justifica na medida em que os
dois têm foro privilegiado e só podem ser julgados pelo Supremo do
ministro Joaquim Barbosa.
Petição na íntegra em http://bit.ly/17JB7eG.
Elder Moura
Nenhum comentário:
Postar um comentário