Novos documentos e gravações revelam que o dinheiro do Projeto Jampa
Digital, criado para levar internet gratuita à população de João Pessoa,
foi desviado e usado na campanha de 2010, conforme mostrou nesta
segunda-feira (29) a edição do Bom Dia Paraíba
em reportagem exclusiva. A reportagem teve acesso aos novos documentos
que foram anexados ao inquérito da Polícia Federal, entregue semana
passada ao Tribunal Regional Federal, no Recife, no qual 23 pessoas
foram indiciadas sob a suspeita de terem participado do esquema que,
segundo investigações, desviou mais de R$ 1 milhão dos cofres públicos.
De acordo com a Polícia Federal, uma empresa fantasma, a Brickell,
pagou salário de pessoas que trabalharam na campanha eleitoral de 2010
pela Coligação Uma Nova Paraíba, do atual governador Ricardo Coutinho
(PSB) e do vice-governador Rômulo Gouveia (PSD). Documentos revelam que,
mesmo o salário de um funcionário tendo sido pago pela Brickell, a
carteira de trabalho dele foi assinada pela MKPol - Marketing Político.
A assessoria de comunicação do governo da Paraíba disse que no momento
em que for aberto o processo de investigação pelo Ministério Público
Federal contra irá ser feita a defesa dos citados, e que no momento não
vai se pronunciar sobre as novas denúncias.
A defesa do publicitário Duda Mendonça disse que ele não tem nenhum
envolvimento com as empresas citadas. O advogado Antônio Carlos da Silva
Castro disse que o cliente dele apenas trabalhou na campanha de Ricardo
Coutinho e que não tem nenhuma responsabilidade com o que está sendo
investigado.
O Tribunal Regional Federal, no Recife, ainda não decidiu se vai
remeter o parecer do Ministério Público Federal ao Tribunal Superior
Federal. Caso isso aconteça, o ministro das Cidades e o governador
Ricardo Coutinho passarão a ser investigados, o que não ocorreu até o
momento porque ambos têm foro privilegiado.
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