Com o objetivo de
aumentar ainda mais sua liderança de vendas no Brasil, a Honda acaba de
revelar a renovação completa da linha CG, moto mais vendida no país.
O G1 avaliou os modelos
150 Fan e Titan que, juntos, representam a maior parte de vendas das
CGs; a família também possui a 125 Fan.
Além de uma revolução no visual, a nova geração das motos ganhou chassi inédito 3,8 kg mais leve.
Imagens abaixo:
“A CG 150 Fan seguirá
como nosso principal produto dentro da linha CG”, diz Alfredo Guedes,
supervisor de relações públicas da marca. A empresa espera vender
137.650 unidades da Fan 150 até o final do ano e outras 58.075 motos
Titan. Com versão única ESDi, a Fan custa R$ 6.750, enquanto a Titan
parte de R$ 7.350, na ESD, e chega a R$ 7.830 na top de linha EX, que
traz rodas de liga-leve. As vendas começam em agosto.
Tanto a Fan quanto a
Titan adotam estética nova, o que fez a Fan deixar para trás de vez o
tradicional farol redondo – a Titan já o havia abandonado na geração
anterior. Além disso, ambas compartilham agora da mesma base de design, o
que não ocorria nas versões antigas.
Além de estrearem novas
características exteriores, as motos têm estrutura 90% nova. No entanto,
a parte mecânica se manteve a mesma. Modificações na linha CG da Honda
podem ser comparadas a alterações no Volkswagen Gol, afinal os dois são
os veículos motorizados mais vendidos no Brasil.
Até junho de 2013, as CG
150 venderam 174.233 unidades no ano no Brasil, segundo a Federação
Nacional dos Distribuidores de Veículos Automotores (Fenabrave). Isso
significa que a cada 10 motos vendidas no Brasil, mais de duas são CG
150, alcançando índice de 23,3% de emplacamentos do total de 748.252
motos comercializadas no Brasil no 1º semestre.
Assim, o peso destas
mudanças poderia fazer a Honda não se mexer, ainda mais pela crise que o
setor passa, mas a marca optou por uma mudança brusca na CG.
“Arriscamos mudando a moto, mas queremos consolidar nossa participação e
até mesmo ampliar”, acrescenta Guedes. A principal concorrente da CG
150 é a Yamaha YBR 125 Factor, que recebeu pequenas alterações este ano.
Com motor menor e
carburado, a YBR já corria atrás do prejuízo contra uma CG 150 com
injeção eletrônica, sistema flex e motor de maior cilindrada. Recebendo
as novidades, a CG abriu ainda mais vantagem, apesar de também ser mais
cara. Outras possibilidades para os compradores são as Suzuki GSR 150 e
GSR 125, além da Dafra Riva 150, que dependendo da situação concorrem
com a Fan 150 ou a Titan 150.
CG 150 Fan e Titan estão
mais parecidas do que nunca. Com o visual, padronizado, a diferença
entre ambas fica somente em detalhes, como o acabamento da pintura. A
Titan traz carenagens mais protuberantes nas laterais, além de coloração
na tonalidade da moto ao redor do farol. Na versão EX, o diferencial é a
roda de liga-leve. Todas são produzidas em Manaus.
Moto fica mais fácil de conduzir
O G1 rodou com as CGs
150 no Centro Educacional de Trânsito Honda (CETH), em Indaiatuba
(SP).No local, existe uma área que simula situações de vias urbanas,
além de possibilitar "slalon" com cones, acelerações e frenagens
bruscas.
Apesar de externamente
as alterações da CG 150 serem impactantes, no momento de acelerar, o que
faz a diferença é a nova base. Seu chassi, completamente novo, traz uma
base feita de aço de alta tensão, que o deixou 3,8 kg mais leve.
Mas a perda de peso
final não foi exatamente esta, já que a moto ganhou carenagens e novo
farol. A Fan ESDi passou de 117 kg para 115 kg na nova geração, mesmas
alterações de valores encontradas na Titan EX, versão top da linha CG.
Já na Titan ESD, a redução geral foi de 118 kg para 116 kg. Na prática,
isto tornou a moto mais ágil, mesmo que as configurações de motor
permaneçam as mesmas.
Toda a linha 150 traz
motor monocilíndrico de 149,2 cilindradas que gera 14,3 cavalos de
potência máxima. Com injeção eletrônica, é o único motor flex do
segmento das utilitárias de 125/150 cilindradas.
Mesmo que, para uma nova
moto, o fato de o motor ser o mesmo da geração antiga não empolgue
tanto, este conjunto continua o mais moderno do mercado para o segmento.
Seu funcionamento é linear e econômico, além de trazer mais força que o
das rivais – o câmbio também segue o mesmo.
Somado estes atributos
aos “quilinhos a menos”, a nova CG está mais vivaz. Além disso, uma
pequena redução na inclinação da suspensão dianteira, também conhecida
como ângulo de cáster, e novos pneus deixaram a moto um pouco mais
estável. Esta firmeza no solo é ainda mais latente na Titan, com suas
rodas de liga-leve.
Suspensões e freios
As alterações
estruturais seguiram com novas calibragens das suspensões, que também
receberam 5 milímetros a mais em ambos eixos. Com isso, os amortecedores
da nova geração estão mais confortáveis. Em relação à ergonomia, houve
alteração no assento, que está mais macio comparado ao antigo.
Os freios a disco
dianteiros agora são de série em todos os modelos 150 e sofreram
mudanças. A Honda adotou um novo material no cabo condutor do freio
dianteiro; mais expansível, que absorve parte da força nas frenagens. Em
frenagens mais bruscas realizadas na avaliação, o sistema mostrou que
necessita de mais força para travar do que na geração anterior.
É o que a montadora
chama de "freio mais amigável". A intenção foi deixar o sistema mais
progressivo na nova CG, adaptando-se melhor a motociclistas iniciantes
ao evitar que a “mordida” no disco dianteiro seja muito forte.
Realmente, a solução atingiu seu propósito, mas tem como revés o fato de
ser necessária mais força na frenagem, o que pode desagradar quem
gostava da antiga calibragem do freio. Na traseira, a linha continua com
sistema de freio a tambor.
Sem 'corta-corrente' e lampejador
O acabamento segue bem
feito pela Honda e o pacote das 150 oferece mais itens de série. Ambas
trazem novo painel digital, com a diferença de ser mais completo na
Titan, onde há relógio e exclusiva iluminação azul. Na Fan, o
dispositivo é mais básico, trazendo os mesmos itens da Titan, como
velocímetro, odômotero e marcador de combustível.
No geral, a linha ganhou
muito em detalhes e vale destacar que a marca adotou novos comandos
para setas, farol alto, buzina e partida elétrica. Eles são similares a
modelos de alta cilindrada da fabricante, porém, o botão
“corta-corrente” foi deixado de lado em todas versões. Utilizado para
desligar a moto, geralmente fica posicionado na parte superior do punho
direito.
A justificativa da
empresa foi que, em pesquisas realizadas, os usuários da moto não fazem
questão do dispositivo. Desse modo, para desligar as CGs é necessário
girar a ignição, o que não é muito prático. Outra ausência sentida é a
do lampejador, que aciona momentaneamente o farol alto. Segundo a
empresa, o projeto do produto priorizou o desenvolvimento do novo farol,
que possui uma iluminação constante, melhor que o anterior.
Quebrando paradigmas
Assim como fez ao ser a
primeira moto movida a álcool e com a estreia do sistema flex em motos,
em 2009, a CG quebra mais uma vez um paradigma no mercado. Mas, agora, a
mudança não traz pioneirismo entre motos, como das outras vezes, mas
sim uma revolução interna do próprio modelo, que abandona de vez o
clássico farol redondo.
Com o novo visual, a
moto está mais encorpada e segue de vez a tendência de motos de baixa
cilindrada vistas na Ásia, apresentando apelo mais esportivo. Desde o
para-lama dianteiro, com detalhes em dois níveis, até o farol da rabeta,
que imita LED, a moto foi pensada para ser mais chamativa do que o
modelo anterior.
Somadas às alterações
estruturais, o ganho nesta geração foi grande e resta saber se o visual
será aceito pelo público deste tipo de moto. A aposta da marca foi
grande. Com as novidades, a CG 150 continua acertada como sempre, mas
com visual como nunca teve.
Fonte: G1
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