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“Não troco meu “Oxente” pelo “ok” de ninguém” – Ariano Suassuna

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Disputa acirrada: governador da PB será decidido em segundo turno


Com uma diferença de apenas 8.367 votos entre os dois principais candidatos a governador, a decisão sobre o mais alto cargo do Poder Executivo na Paraíba foi adiada para o dia 31 de outubro. Foram 942.121 mil votos para a eleição de Ricardo Coutinho, contra 933.754 votos (49,30%) pela reeleição de José Maranhão (PMDB), favorito nas pesquisas. Ricardo Coutinho, porém, vinha apresentando crescimento significativo segundo os últimos números divulgados pelo Ibope – que já previa a possibilidade de um segundo turno.

O resultado foi divulgado após a apuração da última urna pelo Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB), às 22h56. Apesar da polarização da disputa, os votos brancos, nulos e destinados aos demais candidatos poderiam ter feito a diferença ainda no primeiro turno.

Como é o caso de Nelson Junior (PSOL), que obteve 12.471 votos (0,66%); seguido por Lourdes Sarmento (PCO), com 2.442 (0,13%); Francisco Oliveira (PCB), com 1.886 votos (0,10%), e Marcelino (PSTU), com 1.251 votos (0,07%). Juntos, os quatro condidatos somaram 1.252l votos.

Do total de 2.232.261 votos , 101.032 eleitores (4,53%) votaram em branco, enquanto outros 237.303 (10,63%) eleitores paraibanos anularam seus votos. As abstenções totalizaram 506.052 (18,48%).

Perfil do próximo governador

O futuro dos paraibanos está entre as mãos de Ricardo Coutinho (PSB) e de José Maranhão (PMDB). Hoje ferrenhos adversários políticos, os candidatos foram aliados nos pleitos eleitorais de 2006, quando Ricardo, então prefeito de João Pessoa, apoiou José Maranhão na disputa para governador contra Cássio Cunha Lima (PSDB).

Após o rompimento dessa aliança, a cassação do mandato de governador de Cássio e a posse de José Maranhão para o cargo, o tucano tornou-se o principal aliado de Ricardo Coutinho – cujo projeto político de governar a Paraíba entrou em choque com os planos de reeleição do antigo parceiro político.

Confira abaixo o perfil dos candidatos a governador que vão para o segundo turno:

Ricardo Coutinho – Caso Ricardo Coutinho (PSB) seja eleito governador do Estado, vai ser a primeira vez que a Paraíba será governada por um candidato do Partido Socialista Brasileiro (PSB) – partido com aproximadamente 40 anos de fundação, que teve como maior expoente Miguel Arraes, de Pernambuco.

Ricardo Coutinho nasceu em João Pessoa, em 1960. O farmacêutico iniciou sua carreira política ainda nos tempos de estudante, sempre engajado em ações do movimento estudantil. Iniciou seu primeiro mandato como vereador de João Pessoa em 1993, sendo reeleito em 1996, obtendo 6.917 votos, maior votação do pleito. Em 1998 se afastou do cargo para se candidatar a deputado estadual até então pelo Partido dos Trabalhadores (PT), conquistando mais uma vez a preferência dos eleitores de João Pessoa. Foi reeleito para Assembleia Legislativa em 2002, cumprido apenas dois anos do mandato, quando decidiu se afastar para concorrer nas eleições de prefeito da Capital.

Em 2004 assumiu a prefeitura de João Pessoa pela primeira vez, através de candidatura pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), reelegendo-se em 2008. Para concorrer ao governo do Estado, afastou-se da Prefeitura Municipal de João Pessoa em março deste ano.

José Maranhão - Caso José Maranhão (PMDB) seja reeleito no segundo turno, a Paraíba estará sob o seu comando pelo quarto mandato. Ao todo, são 55 anos dedicados à carreira política, uma história iniciada em 1955, ano em que o paraibano de Araruna, então com 18 anos de idade, tornou-se deputado estadual. Em sua primeira candidatura, conquistou 3.153 votos, através do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) de Getúlio Vargas, João Goulart e Leonel Brizola.

Assumiu o governo da Paraíba pela primeira vez em 1994, após a morte do governador Antônio Mariz (do qual era vice-governador), sendo reeleito para o mandato em 1998, com 80% dos votos. Nas eleições seguintes (2002), candidatou-se a senador, sendo o mais bem votado do Estado, com 831.083 votos. Em 2006 voltou a se candidatar ao governo estadual, perdendo para Cássio Cunha Lima (PSDB), que disputava a reeleição. Contudo, em virtude da cassação do mandato de Cássio a partir de uma decisão do TRE, assumiu o governo da Paraíba
em fevereiro de 2009.

Maranhão também foi secretário de Agricultura durante o governo de José Fernandes de Lima (1960); teve seu terceiro mandato como deputado estadual interrompido pelo golpe militar, em 1969; refugiou-se da ditadura militar durante 12 anos, até voltar na luta pela democracia em 1982, como deputado federal, cargo que exerceu por três mandatos.



De Marina Magalhães (Especial para o Paraíba 1)

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