No último
sábado, dia 11/05, apresentaram-se em Igaracy (em uma casa de show) Os poetas cantadores, isto é, a dupla Nonato
Costa e Nonato Neto, mais conhecidos por Os Nonatos. Infelizmente é um
acontecimento muito raro em nossa cidade. É certo que poucos os conhecem em
nossa cidade, mas, por outro lado, são muitos os conhecedores de suas
composições. Pois, são vários os grupos musicais que gravaram e gravam suas
canções. Quem não conhece as músicas Metamorfose, Mudança Radical, Mudar Pra Quê?,
Ponto Final, Um Nós Por Dois Eus, Sem Céu e Sem
Chão, entre outras. Durante o show ouvimos e curtimos músicas que
além de representar nossa cultura podemos dizer que são sinônimos de qualidade,
longe das falsas bandas de forró que
fazem apologia à pornografia, ao consumismo de bebida alcóolica e desvalorização
da mulher (que só empobrece o nosso forró).
Eita saudade! Saudade
daquele amor que era exaltado e valorizado nas belas melodias das músicas de
forró, onde o mais importante era conquistar o coração de uma mulher várias
vezes e não o coração de várias mulheres. Pra nossa infelicidade a modernidade
trás consigo algumas mazelas, com relação ao setor musical, as antigas letras
das canções com melodias bem trabalhadas foram substituídas por palavrões. Dessa
forma, no meu ponto de vista, em nossa cidade é preciso realizar com frequência
eventos voltados à valorização da cultura regional, para o desenvolvimento
mental e social de nossos habitantes. Nesse caso, torna-se preciso um trabalho
de base com o intuito de conscientizar todos os cidadãos, inclusive jovens,
levando-se em consideração nossa rica cultura musical, representada pelos
grandes artistas Flávio José, Jorge de Altinho, Alcimar Monteiro, Clã Brasil,
Elba Ramalho, Zé Ramalho, Os Nonatos e tantos outros. Pra quem não conhece
esses poetas e cantadores da boa música nordestina que acabei de listar, só posso dizer que o diálogo musical aqui está em
outro nível. Pra quem não sabe, a cultura é um dos instrumentos que gera
transformações em uma sociedade, ou seja, existe uma relação direta entre
cultura e desenvolvimento. Assim, ela abre portas para a liberdade, para a
equidade e para o diálogo.
Portanto, espero
que shows desse nível cultural voltem a se repetir outras vezes, quem sabe
assim acaba ocorrendo uma “Mudança Radical” no gosto musical pelos nossos
valores de cidadãos nordestinos. Afinal, vivemos em tempos de progresso na
diminuição da desigualdade de gêneros e do machismo, e o reaparecimento desse
comportamento é inadmissível. Mas, para os que defendem essa “Metamorfose”
atual do comportamento musical só restam a seguinte indagação reacionária:
“Mudar Pra Quê?”
Por: Carlos Geam
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