Canto a Igaracy
Igaracy, Cinquenta e um anos se passaram.
Nesse tempo muita coisa mudou.
Mas será que tu mudaste?
Ou continua sendo aquela que em 1961
Nascia?
Não. Tu não és a mesma de cinquenta e um anos atrás.
A tua geometria. As curvas que ti contorna.
A tua forma mudou.
E nessas mudanças ora tais curvas expandiram ora contraíram.
Igaracy, o tempo passou.
Mas no interior do teu corpo
Muita coisa ficou e não mudou.
E se observarmos, pouca coisa,
Além de tua geometria, mudou.
Assim como o tempo
Outras coisas poderiam ter passado.
Mas somente ele, o cronológico da vida,
Seguiu seu curso ininterrupto.
Igaracy, há tempo tu apresentas as sequelas,
As rugas, as manchas,
De um corpo tão machucado.
Depreciado com o tempo.
Mas que tempo é esse
Que surra um corpo tão dócil?
Ou melhor, um corpo adormecido.
Vegetativo.
Esse tempo, Igaracy, não é algo pronto e acabado.
Foi construído.
Mesmo parecendo impossível,
Um dia seu corpo pode ser acordado.
Marco Maciel Dias e Costa.
Igaracy – PB, 22 de dezembro de 2012.
Foto: Nouzinho
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