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“Não troco meu “Oxente” pelo “ok” de ninguém” – Ariano Suassuna

quinta-feira, 10 de abril de 2014

“Sobre a tal explicação que Ricardo pede”: Fabiano Gomes fala sobre as razões da separação de Cássio

Sobre a tal explicação que Ricardo pede;
 
Em sua recente passagem por Campina Grande, o governador Ricardo Coutinho voltou a cobrar do senador Cássio Cunha Lima explicações para o afastamento entre ambos. De tão repetida, a cobrança parece uma obsessão que antes revela uma postura de extrema intolerância. Até nos casamentos, celebrados para durarem “até que a morte os separe”, basta que um dos dois diga que não dá mais. Imagine numa aliança partidária.
O senador Cássio poderia, talvez, alinhar razões diversas para o fim da aliança, como, por exemplo, a constatação de que o governador não cumpriu diversos compromissos de campanha, da segurança (“vou contratar cinco mil policiais e abrir novos concursos”), à saúde (“vou montar uma maternidade em cada município”), da educação ao respeito aos municípios. Qualquer oposicionista listaria dezenas de outras promessas solenes como essas e solenemente descumpridas. Mas aparentemente o senador preferiu seguir o caminho e a prática do candidato Ricardo Coutinho.
Em 2010, Ricardo e o então governador José Maranhão mantinham uma eficiente aliança de seis anos. Na primeira eleição de Ricardo à prefeitura, Maranhão lhe ofereceu a densidade eleitoral e a estrutura partidária que lhe faltavam e foi responsável direto por sua vitória, que ele jamais agradeceu nem reconheceu. Na reeleição, em 2008, Ricardo tratou Maranhão com a humilhação que só os muito pacientes ou muito sábios costumam suportar. Em 2010, quando Maranhão o esperava como candidato ao Senado em sua chapa, Ricardo lançou-se ao governo sem qualquer explicação. Aliás, tão desnecessária e dispensável que Maranhão jamais a cobrou.
Pra ser mais pragmático, em vez de cobrar explicações para o fim de um casamento que não deu certo, Ricardo Coutinho deveria entender lições que a toda hora lhe são oferecidas. Até agora,nenhum deputado de sua base aceitou a liderança do governo na Assembleia, um cargo que presumivelmente oferece o que todo candidato busca num ano eleitoral: holofotes e benesses. O fato é estranho, mas expressivamente emblemático, desses que dispensam explicações.
Há um ano o governador exibe os mesmos índices de intenção de votos, embora faça propaganda como poucos. E se exponha como ninguém. Nem por isso consegue diminuir suas taxas de rejeição nem aumentar os índices de aprovação do governo, que, aliás, tem sido sempre bem superior ao índice de confiança no governador e maior ainda que intenção de votos. Os números sugerem que o problema não é o governo, é o governador. O que fazer? Cobrar explicações do eleitor?
Ricardo Coutinho pode escolher entre aprender com a realidade ou simplesmente contestá-la, como o fazem os piores cegos. De sua atitude dependerá seu futuro.
O eleitor pode até não ter justificativas para suas opiniões, mas tem sempre razão. E não deve explicações a ninguém. Maranhão que o diga.

Por Fabiano Gomes

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