Nas
cidades mais atingidas pela estiagem no interior da Paraíba, as pessoas
que estão sofrendo com a falta dágua e de perspectivas de soluções
urgentes se mobilizam em protestos para chamar a ateção das autoridades e
demonstrar a indignação dos que permanecem sofrendo com a falta
dágua.Os protestos vem se repetindo em diversas regiões do Estado.
Neste
domingo (4), na comunidade rural do Saco, no município de Pedra Branca (
distante 438 quilômetros de João Pessoa, na região do Vale do Piancó),
dezenas de agricultores se reuniram para protestar. Com cartazes e
faixas, pediam providências aos governos estadual e federal.
"A
situação é de cortar o coração e a cada dia que passa vai se agravando",
disse o padre Djacy Brasileiro, da paróquia do município. O protesto
aconteceu depois da missa que reuniu agricultores de várias comunidades
rurais de Pedra Branca. Eles estão preparando um novo protesto que
acontece na próxima quarta-feira (7).
Os
manifestantes, a maioria agricultores de subsistência, denunciam a
falta de assistência. "Durante a missa, perguntei se os moradores haviam
recebido algum socorro e a resposta foi um 'não' carregado de muita
revolta", contou o pároco. Os agricultores revelaram que para sobreviver
estavam cavando poços com recursos próprios. O próximo protesto na zona
rural de Pedra Branca está programado para acontecer após a missa de
16h. Mais uma vez, será contra a demora do socorro às vítimas da
estiagem. Na semana passada, centenas de moradores de cidades do Vale
do Rio Piancó, no Sertão do Estado, protestaram fechando a rodovia PB
361, que liga os municípios de Diamante a Itaporanga denunciando a falta
dágua nas torneiras que em algumas cidades, a exemplo de Diamante, já
durava quase dois meses. Após o protesto a Companhia de Abastecimento Dágua da Paraíba, a Cagepa, resolveu abrir as comportas dos mananciais de Condado, Couro da Vaca e Piranhas para que a vazão dágua chegasse ao rio Piancó que abastece Diamante e outras cidades. O abastecimento à população é feito através de poços instalados no leito do Piancó, que com a estiagem estava completamente seco.
Protestos também foram realizados no mês passado por trabalhadores rurais sem terra, que fecharam rodovias. Entre as reivindicações dos manifestantes estava a falta de abastecimento dágua, através de carros pipas, nos acampamentos e assentamentos das regiões mais atingidas pela escassez das chuvas.
PortalCorreio
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