Ao apresentar voto pela aprovação dos itens solicitados pelo partido no
pedido, o presidente do Tribunal, ministro Dias Toffoli, salientou que a
legislação eleitoral e as resoluções do TSE 23.397 e 23.399, ambas de
2013, que tratam, respectivamente, da cerimônia de assinatura digital e
dos atos preparatórios das eleições, entre outras questões, já davam
total acesso aos partidos políticos, coligações, Ministério Público e
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) aos dados requisitados.
“Antes de editar essas duas resoluções, este Tribunal deu ampla
publicidade às respectivas minutas de proposta de resolução, que foram
submetidas à audiência pública específica”, disse Toffoli, enfatizando
que “nada foi feito às escuras, tudo com total transparência”.
Ao aprovar o pedido de acesso do PSDB aos dados solicitados, Toffoli
contestou, no entanto, os argumentos utilizados pelo partido para a
obtenção das informações. Outro ponto contestado pelo PSDB foi a
divulgação da totalização dos votos para presidente e vice-presidente da
República somente a partir das 20h, pelo horário de Brasília, no dia 26
de outubro. Toffoli observou que tal determinação não partiu de uma
decisão pessoal nem constitui ato de competência do presidente do
Tribunal, mas vem da legislação.
Segundo o artigo 210 da resolução, “na divulgação dos resultados
parciais ou totais das eleições pela Justiça Eleitoral deverá ser
utilizado o sistema fornecido pelo TSE e os dados do resultado para o
cargo de presidente da República serão liberados somente a partir das 17
horas do fuso horário do estado do Acre”. O que, acrescentou o
ministro, no segundo turno do pleito correspondeu às 20h do horário de
Brasília. Toffoli observou que a regra é simples repetição de outras
idênticas utilizadas nas eleições 2006 e 2010.
Ao votar, a ministra Rosa Weber afirmou que a transparência deve nortear
toda a atuação do Poder Judiciário, “o que está retratado na ampla
normatividade deste TSE e nas cautelas adotadas no que diz respeito a
sistemas informatizados de votação e apuração de votos”. A ministra
Luciana Lóssio afirmou que “um dos pilares da Justiça Eleitoral
brasileira é a transparência. É importante que não só nós, da Justiça
Eleitoral, mas também todos os cidadãos tenham a real dimensão da
importância que isso é”.
O ministro Gilmar Mendes disse que a decisão tomada nesta noite “não
trata de valorar o que está na internet, mas se levar em conta o que
está na internet sobre a credibilidade do sistema. Lendas urbanas passam
a prosperar como objeto de campanha. Não se trata de emprestar
credibilidade a essas lendas urbanas, mas desmistificá-las”.
No pleito, a presidente Dilma Rousseff (PT) foi reeleita com 51,64%, na
votação mais apertada da história. O candidato do PSDB, Aécio Neves,
ficou com 48,36% dos votos perdendo a eleição por pouco mais de 3
milhões de votos. O PSDB argumentou, na semana seguinte às votações,
sobre suspeitas de fraudes relatadas nas redes sociais.
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