O paraibano Antônio José Matias de Sousa, conhecido como Barão dos
Postos, foi preso, nesta terça-feira (24), pela Polícia Federal em uma
operação que investiga um suposto esquema de cartel de combustíveis no
Distrito Federal (DF) e cidades adjacentes.
Matias é um dos
maiores empresários do ramo de combustíveis da capital do país. Além
dele, outras seis pessoas foram presas na operação da PF. Sócio da Rede
Cascol, Matias aparece ainda como procurador de construtoras, de
incorporadoras e de um motel. No nome dele, também consta um escritório
de contabilidade em Sobradinho.
O paraibano mora em uma luxuosa
casa na QL 10 do Lago Sul. Apesar de controlar 30% da rede de
combustíveis do DF, com 92 postos, ao lado de três sócios, o empresário
possui como bens móveis apenas dois reboques — um de 1995 e o outro de
1998. Isso, porém, não condiz com a vida luxuosa que o investigado pela
PF e pelo MP leva.
Em 2012, Antônio Matias casou o filho Phellippe
Mathias e a nora Yara Wassita Cavalcante em Nova York. A cerimônia, no
castelo Oheka Castle, em Huntington, a 45 minutos de Manhattan, atraiu
400 convidados e teve apresentação do DJ português Pete Tha Zouk e show
da banda Jota Quest, entre outros. Paredes de orquídeas e um bar feito
de gelo fizeram parte da decoração.
Uma reportagem da Folha de S.
Paulo, publicada em outubro de 2013 revelou que a festa, de acordo com
os organizadores, custou cerca de US$ 2 milhões.
Histórico
Paraibano
de Coremas, no Vale do Piancó, o empresário Antônio Matias tem 76 anos e começou a
trabalhar em Brasília como funcionário de uma construtora, ainda na
concepção da capital do país. Em 1958, deixou o emprego para se juntar
ao fundador da Rede Cascol, Elson Cascão, no primeiro posto do grupo, na
antiga Cidade Livre, hoje Núcleo Bandeirante.
Um ano depois, os
dois tornaram-se sócios. Cascão e Matias ficaram sozinhos na sociedade
por seis anos, até que os empresários Luiz Imbroisi e Laudenor Limeira
se juntaram ao grupo. À época, os postos carregavam o nome do fundador:
Cascão. Atualmente, o grupo é responsável por comandar 92
estabelecimentos do gênero só no Distrito Federal.
Operação
A
operação da PF contou com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate
ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Distrito Federal e
Territórios (MPDFT) e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica
(Cade). Além Antônio Matias, donos e funcionários das principais redes
como Cascol, BR Distribuidora, Ipiranga e Gasolline foram detidos.
Segundo as investigações, o valor da gasolina era elevado em 20% para os
consumidores. Além disso, o preço do álcool era aumentado para
inviabilizar o consumo do combustível nos postos da capital. (com MetrópolesDF)
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