Os 829 gestores públicos apontados pelo Tribunal de Contas do Estado da
Paraíba (TCE-PB), por desviarem dos cofres públicos R$ 37,7 milhões,
deixarão os cargos em janeiro de 2013, mas carregarão as dívidas, que
são pessoais e não serão transferidas para os próximos gestores
municipais. A informação é do promotor coordenador da Comissão de
Combate à Improbidade Administrativa do Ministério Público da Paraíba,
Carlos Romero Paulo Neto.
Os gestores públicos foram apontados em 707 acórdãos do TCE-PB e
encaminhados ao Ministério Público para cobrança executiva. As
informações fazem parte do Relatório Anual de Atividades 2011 do TCE-PB.
Segundo o relatório, deve ser cobrado dos gestores, entre prefeitos e
demais responsáveis, o valor de R$ 37.787 milhões. "Quando o TCE computa
um débito, ele é pessoal e intransponível. Não passa de um gestor para
outro. Quem desviou os recursos é quem tem que pagar", explicou.
Segundo o Procurador-Geral do Ministério público, Oswaldo Trigueiro do
Valle Filho, a cobrança é realizada através do Centro de Apoio
Operacional às Promotorias do Patrimônio Público (Caop), coordenador
pelo promotor José Raldeck. O promotor Carlos Romero explicou ainda que a
cobrança das multas referentes aos desvios de recursos é de
responsabilidade para a Procuradoria Geral do Estado, através do
procurador Gilberto Carneiro: "Quando eles não cobram, sobretudo as
multas, é que o Ministério Público assume a responsabilidade", disse.
Bloqueios de contas - As falhas cometidas por gestores, incluindo os
desvios de verbas foram responsáveis pelos bloqueios das contas de 17
prefeituras no exercício de 2011, segundo o relatório. São elas:
Aparecida, Juru, Nova Olinda, Alagoinha, Aroeiras, Emas, Imaculada,
Ingá, Santa Inês, Algodão de Jandaíra, Bayeux, Natuba, Pilar e Riachão.
Além destas, a prefeitura de Fagundes teve as contas bloqueadas três
vezes, a de Marcação, quatro vezes e a de Catingueira, duas vezes. Oito
Câmaras Municipais também sofreram esta sanção por irregularidades nas
gestões: Curral de Cima, Mataraca, Pitimbu, Bayeux, Itapororoca,
Jacaraú, São Bento e belém do Brejo do Cruz, na qual a Câmara teve as
contas bloqueadas duas vezes.
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